Set | 2016 – Moda é moda e no mundo corporativo não é diferente. A frase do momento é: inovação disruptiva, ou a inovação que pode romper ou revolucionar a maneira de se operar um determinado mercado. Em contrapartida os especialistas da administração sugerem que a economia colaborativa ou economia compartilhada (também na moda) é a solução para enfrentar as turbulências dos novos tempos.
Estamos convivendo com uma sensação de caos e instabilidade. Qualquer mercado está sujeito a ser inovado ou rompido, e exemplos não faltam. Vide o caso dos aplicativos de taxi, o mercado de música, de vídeos e diversos outros produtos que pareciam “blindados” por normas e reservas (legais ou técnicas) muito bem estabelecidas. Isso sem falar no emblemático caso da Kodak que detinha 80% do mercado de filmes fotográficos até sofrer a disrupção promovida pela popularização da máquina digital. Você arriscaria dizer o que vai acontecer com o mercado de automóveis nos próximos cinco anos?
Pois é… Os gestores de hoje terão que reunir muito mais competências que os seus antecessores, sob pena de sucumbirem às inovações que surgem no galope de empreendedores ávidos para se apossarem de uma fatia do seu mercado.
E não tem ninguém imune a isso. Pense no mercado mais forte e blindado do mundo. Sim estamos falando dos bancos. Pois saiba que as inovações também já incomodam este seleto grupo. Não apenas pelas cooperativas de crédito e as fintechs (startups de finanças) que já marcaram território, mas também quando se trata do Bitcoin, a primeira criptomoeda do mundo. Negociando mais que R$ 30 milhões por mês no Brasil (já é maior que o mercado de ouro futuro na BM&F) e US$ 330 bilhões/mês no mundo, sem dúvida pode representar a maior desintermediação financeira da história.
Se até os bancos podem ser afetados, não há dúvida que disromper um mercado com baixas barreiras é bem mais fácil, e o mercado imobiliário certamente está nessa lista. Sites que propõem aproximar compradores e proprietários de forma direta, sem intermediação, outros como Airbnb que já converteram inúmeros imóveis de locação para hospedagem, são alguns dos muitos exemplos.
No mercado de construção as transformações já estão em curso. A impressão em 3D e novos métodos construtivos já tonam possíveis as obras limpas e sem desperdícios. Haverá uma otimização nunca vista de custos. Na china um prédio inteiro de seis andares foi impresso em 3D. Se considerarmos que os carros deixarão de ser o sonho das pessoas, o que iremos fazer com tantos espaços de garagens em nossos prédios? A revolução construtiva está transformando os nossos apartamentos em castelos medievais…
Mas nem tudo está perdido. Pelo contrário. A boa notícia é que todos podemos inovar ou reinventar os nossos próprios negócios, com a vantagem da experiência e a reputação já conquistadas, valores que certamente não serão rompidos. E o mercado imobiliário tem feito isso com muita criatividade.
A economia colaborativa ou compartilhada, citada no inicio desse artigo, pode realmente ser uma boa estratégia. Com o lema “quero usar, não quero possuir” ela reúne expectativas contraditórias, sendo ao mesmo tempo uma ameaça e uma alternativa. Mostrando que a moda é antiga, as redes já comprovaram que a economia compartilhada é uma estratégia eficaz para se diferenciar e sobressair. Os resultados demonstram isso.
Por todas essas razões, se você não está disposto a bancar sozinho todas as inovações que o seu negócio vai demandar, pense em unir forças, compartilhar estruturas e custos para ampliar os seus resultados. Certamente esse será o caminho mais curto e barato para enfrentar os novos desafios.
Ariano Cavalcanti de Paula